Caloroso, apaixonado e intimista – bem-vindo ao inebriante mundo do fado. A cantora, sua silhueta contra um fundo de veludo e fraca luz vermelha, fecha os olhos, inclina a cabeça e balança suavemente. Quando abre a boca, notas profundas e melancólicas enchem a sala.
As pessoas, acompanhadas dos amigos em torno das mesas, conhecem as canções e suas idiossincrasias. Alguns estalam os dedos, outros suspiram em apreciação, enquanto a melodia tem seus altos e baixos. Alguns cantam junto, sem tirar os olhos da fadista, que se contorce em agonia e depois em êxtase. Terminado o fado, aplausos e gritos.
Ouvir o fado é parte essencial de qualquer visita a Lisboa, principalmente no bairro histórico de Alfama, um labirinto de vielas calçadas com pedras. Depois da meia–noite, Alfama lança um feitiço especial; siga as notas musicais das baladas tristes que ressoam nas paredes de pedra.
Logo você vai encontrar uma casa de fado, que, muitas vezes, não passa de uma sala lotada onde fadistas cantam para lisboetas apaixonados pelo fado e por suas tradições.
As raízes do fado estão em Lisboa, onde, nos anos 1850, marinheiros e rufiões cantavam a vida, o amor, o destino e a morte. As melodias características e as letras do fado têm tudo a ver com saudade, esse sentimento tão português.
A nobreza acabou se rendendo aos encantos do fado e, então, ele se estabeleceu. No século 20, a guitarra portuguesa de doze cordas e o violão clássico foram adicionados como instrumentos de acompanhamento.
Hoje, fadistas das novas gerações, como Ana Moura, Carminho e Mariza, dão seus próprios toques ao fado – sons fusion contemporâneos, jazz ao estilo cubano e até orquestras.
A melhor maneira de sentir o fado é indo a uma das casas de fado de Lisboa, que variam de locais turísticos que oferecem show e jantar a estabelecimentos de alto nível, bastante populares entre os lisboetas pela qualidade do fado e pelo ambiente.
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