-

Viaje para a ilha da música

Num boteco precário junto à praia, jovens batucam no que parecem ser pedaços de sucata. Mulheres dançam com movimentos sensuais, e quem assiste brinda com garrafas de cerveja e dá gritos alegres. É a Nigéria? O Haiti? Salvador? Não, é a França – para ser mais exato, é Réunion, ilha vulcânica no Oceano Índico que é “departamento ultramarino da França”. Por isso, nela você usa euros, come croissants no café da manhã e, mesmo no calor tropical, vê aquele chique “dar de ombros” gaulês.

Réunion raramente atrai atenção internacional. As ocasiões em que essa ilha ao sul de Maurício é notada costumam ser aquelas em que o Piton de la Fournaise, seu vulcão ativo, manda o cume às nuvens. Do contrário, Réunion é vista como uma colônia francesa exótica (o que é verdade) e, de modo geral, solenemente ignorada. No entanto, quem teve a sorte de descobrir suas populares formas musicais, como o maloya e o sega, está ciente de que ali existe uma cena musical animada.

O sega é leve e melódico – é a música pop da ilha; já o maloya, que é cantado no patois créole e acompanhado quase que apenas por instrumentos de percussão de fabricação caseira, é o equivalente do reggae de raiz de Réunion. Para os aficionados da chamada world music, Réunion é uma ilha do tesouro.

Os turistas ligados em música devem tentar assistir ao Festival Sakifo Musik: essa celebração da música do Oceano Índico – com artistas de Réunion e das ilhas vizinhas, Maurício e Madagascar, além da França metropolitana, adicionando sabor internacional, porém mantendo o clima tropical – acontece em Saint-Pierre, cidade créole na costa sudoeste da ilha. Os palcos são construídos ao longo da praia, por isso o festival é um jeito verdadeiramente bonito de ouvir música ao vivo. Com temperatura amena, mar delicioso, comida saborosa (entre os pratos, há peixe fresco e ensopados picantes) e gente bonita, de fato há poucos lugares melhores para curtir música do que o Sakifo.



Faça Parte! Adicione seu e-mail e receba mais informações

Compartilhe