Dá para sentir a energia musical de Cuba assim que o avião pousa. Os carregadores de bagagem jogam as malas na esteira com um floreio rítmico, e os funcionários da alfândega se remexem nas cabines, ao som de um alto- falante preso a parede. A musica está em toda a parte, e, mesmo quando ela não está tocando, os quadris dos cubanos parecem se contorcer ao ritmo de um metrônomo interno.
Para compreender as pessoas e a rica mistura de culturas da ilha, só indo em uma pista de dança. Sob os arcos coloniais desordenados de uma escola de dança em Santiago de Cuba, você dará seus primeiros passos da salsa com um dançarino profissional. Em aulas individuais os movimentos são construídos aos poucos, ao longo de uma semana até que você esteja executando passos cada vez mais complexos e tenha aprendido a girar com seu parceiro com graça sensual. Nas escolas de dança, há uma ética de trabalho segundo a qual quem sabe ensina e quem não sabe aprende para se aperfeiçoar a cada aula, mas a recompensa vem depressa. Em alguns dias, o nervosismo inicial começa a dar lugar a um jogo de cintura visivelmente latino nos quadris e a um balanço sedutor nos ombros. Depois vem o grito ” Salsa libre!” do professor, um sinal de que é hora de improvisar os movimentos. É para alguns, isso significa um interlúdio criativo e fluido; para outros, uma confusão de pernas e risos impotente.
A aula acaba mas uma aventura musical continua. Passeie pelas ruas e ouça a musica ao vivo, da mundialmente famosa Casa de la Trova a uma série de barzinhos, o que dá muitas oportunidades de refinar os movimentos. No fim da noite, ainda que você não seja o melhor dançarino da cidade, vai ser capaz de não fazer feio numa pista de dança. Além disso, vai entender um pouco da mistura da canción espanhola com os ritmos africanos, que criaram o som cubano, e terá tido uma experiência elementar – mas muito intensa – de como é a vida cubana.
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